Textos poéticos de carácter lúdico - II

3. Observem esta imagem da capa da edição de 1937 de alguns poemas de Bocage, autor português dos séculos XVIII-XIX.

O que sugerem o título e a ilustração sobre a vida e a poesia de Bocage?


4. Recorram aos links sobre Alexandre O'Neill e Bocage, na barra lateral, e preencham o quadro nesta ficha com a informação requerida e sob orientações da professora.







5. Ouçam e leiam o poema que a seguir se transcreve e resolvam o questionário de leitura orientada na ficha já descarregada anteriormente.


epigrama
nome masculino
1. LITERATURA breve composição poética, com um remate de engenhosa agudeza, de conteúdo gnómico, irónico ou satírico
2. dito picante
Dicionário da Porto Editora (barra lateral)

EPIGRAMA

Estando enfermo um poeta
Foi visitá-lo um doutor
E em rigorosa dieta
Logo, logo o mandou pôr.

"Regule-se, coma pouco",
Diz o douto eminente.
"Ai senhor", acode o louco,
"Por isso é que estou doente".




6. Depois de resolverem o questionário, deixem uma reflexão numa caixa de comentário sobre a seguinte questão:

Por que motivo será que o poeta usa o humor para tratar de um problema tão grave quanto este?

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Textos poéticos de carácter lúdico - I

1. Vamos hoje ler e interpretar textos poéticos que, para além de terem uma intenção comunicativa, divertem!

Comecem por ouvir a leitura do poema de Alexandre O'Neill, realizando depois em grupos de dois a vossa própria leitura expressiva e dramatizada, tendo por modelo a leitura da professora e adoptando estratégias adequadas aos contextos criados no poema.Para tal, descarreguem esta ficha de trabalho, cuja restante resolução será orientada pela professora.







Fala!


Fala a sério e fala no gozo

Fá-la pela calada e fala claro

Fala deveras saboroso

Fala barato e fala caro


Fala ao ouvido fala ao coração

Falinhas mansas ou palavrão


Fala à miúda mas fá-la bem

Fala ao teu pai mas ouve a tua mãe


Fala francês fala béu-béu


Fala fininho e fala grosso

Desentulha a garganta levanta o pescoço


Fala como se falar fosse andar

Fala com elegância - muito e devagar.


Alexandre O’Neill, Antologia Poética, Publicações Dom Quixote



2. Leiam e observem o texto a seguir transcrito e reflictam, com orientação da professora, sobre os seguintes aspectos:

  • relação com o título do poema «Fala!»
  • classificação do texto: será um poema? Porquê?
  • relação da intenção do sujeito poético com o nome dado à "colecção" destes pequenos textos: «Divertimento com sinais ortográficos».
Seguidamente, deverão regressar à ficha de trabalho para resolver um exercício a partir da interpretação do texto.







Não abuses de mim!


Alexandre O’Neill, Antologia Poética, Publicações Dom Quixote



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Trava-línguas: fazer da poesia música...

A aula de hoje vai ser dedicada aos trava-línguas e à exploração das suas características enquanto texto poético e expressivo.

Para tal, proponho-vos as seguintes actividades:

1. Consultem os links sobre trava-línguas na barra lateral (Links úteis), seleccionem um ao vosso gosto e preparem a sua leitura (e memorização, se possível) para posterior apresentação à turma e inferência das características deste tipo de texto.

2. Leiam os trava-línguas que se seguem, da autoria de Teresa Guedes (Palavromanias, Porto Editora), e respondam ao questionário sob orientação da professora.


Na Primavera
um próspero ponto
pronto a partir
na hora de ponta
para uma premeditada ponte,
pranta-se num pranto pungente,
porquanto na ponta do próprio ponto
há uma porção propícia a um ponto.
Propus-lhe pressuroso e prestativo:
- Precisas pontear essa ponta;
procura na prateleira uma presilha
para prender a pretensão a essa proeza
prestes a provocar um problema de pontuação.

Prega na ponta prevaricadora do ponto
uma prega pontuda para...
- Mas qual ponto?
O ponto de vista, o ponto da uma em ponto,
o ponto de partida
ou ponto de açúcar em ponto?
- Pronto! Parágrafo! -
proferiu prontamente
o ponto do ponto final.


POEMA DA CONSOANTE

No sambódromo
saltitam solas,
sinos, sinetas,
sainetes, sombrinhas,
sonhos, suspiros,
sorrisos, sustos.
Stop!
Socorro!
As solas sumiram
com solos em sol e em si
do solista do saxofone,
para solos sediados
de semifusas, semicolcheias,
sapateado, swing, sinatras.

Sim?! E se... safa!
Safem, subornem, suprimam
os SSSSSSSSSSSS...
senão...
Sim?!
E como sacias a _ede?
E como _orves o _uminho?
E _aboreias o _orvete,
a _anduiche, o _alame,
a _alsicha?
E _acodes o _ono e o _uor
e _aracoteias a tua _aia
neste _ururu de _andálias
e _apatinhas?
Schiu, seu S snob e sabichão!
Se não sossegares com a serpentina
do silêncio aos SSSSSSSSS
com uma sapatada e um safanão.


3. Expressão escrita: em grupos de dois, escolham uma consoante do alfabeto à excepção do p e do s, façam uma lista de palavras em que a consoante esteja presente e construam um texto criativo, recorrendo à aliteração, a diferentes classes morfológicas e a diversos tipos de frase.


Sistematização

Definição de trava-línguas


Os trava-línguas são pequenos textos, em prosa ou em verso, que desafiam o seu emissor a dizê-los depressa, o que se torna difícil, mesmo para adultos, devido à sucessão de sons das palavras com que se realizam oralmente. A repetição da mesma consoante cria um efeito denominado aliteração. Se forem ditos muito depressa, é quase impossível pronunciá-los sem tropeçar. Alguns dos trava-línguas tradicionais não têm outro significado senão o da dificuldade da articulação ou da repetição da mesma letra.

Este tipo de texto insere-se na categoria das formas poético-líricas da literatura tradicional de transmissão oral, com notórias influências na actual poesia infantil.

Além de serem um desafio educativo e lúdico para crianças de todas as idades, são bons exercícios de dicção nas escolas de teatro. Promovem a perspicácia, a concentração e a memória através do contacto com a riqueza fonética das palavras.


Fonte: http://sol.sapo.pt/blogs/anatarouca/archive/2007/05/01/Trava_2C00_-trava_2C00_-trava-l_ED00_ngua_2100_.aspx




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